segunda-feira, 3 de maio de 2010

UM HOMEM CHAMADO MACHADO

Um homem chamado Machado

Personagem da criação, da descrição feminina. Às vezes assexuado por tamanha percepção. Um pecador ou demônio? Atire a primeira pedra quem nunca sofreu o adultério ou quem nunca adulterou.
Um conselheiro, um vidente, prevê até amizade, aguçando a curiosidade ao dizer que uma mulher de trinta imperfeitos seja capaz de amar um senhor.
Em seu conto Eterno, a mulher atira ao inferno o homem que mais amou. Não sei se estimulava ou condenava a traição, onde mulher e homem lado a lado podiam até ser perdoados na Missa do Galo.
O desvendor da causa secreta, unido pela experiência aprendiz das amantes que nenhuma Cartomante revelou.
Um homem dos Olhos de ressaca que nem a fotografia retratou. Um cara, O Relógio de ouro que nenhum dedo o tocou.
Um ser que limita a felicidade, não sustenta a mentira, mas não jura nunca a verdade. Pode magoar com a verdade, mas nunca te ofenderá com uma mentira.
Machado, um homem do Último capítulo que ninguém o terminou. Ser irônico, sarcástico. Todas suas obras são Dinheiro que pode até não ser da gente, mas é gostoso de ver.
Um homem, um mito, define a loucura num grito descrito no seu conto Alienista com seus dons de cientista e se existir A Segunda vida chamai-vos de Vossa Reverendíssima, Uma senhora poética, A sereníssima de tamanha Sensualidade, a mais bela prosa que Literatura do SER e PARECER, Uns braços do conflito entre a essência e aparência, isto é, uma doença, entre aquilo que o indivíduo realmente é no seu íntimo e aquilo que a sociedade com suas regras e convenções, o aparenta ser.
Às vezes, inspiro-me nele quando abstraio a hipocrisia, que para mim é um disfarce que nos leva a loucura.
Machado, que leitores raposa e as uvas formaram por não assumirem a realidade, onde nem O Segredo do Bonzo revelou. Machado é O Espelho, O esboço de uma nova teoria da alma humanista, de extrema Vaidade de Esaú e Jacó de Fulano pra Cicrano, amado e odiado, mas sempre lembrado com Humor.
Um grande mestre em escolher as palavras certas quem o conta almeja um conto, quem não o leu nunca contou.
Fala homem Machado de Assis! Não passara nenhum grande acontecimento depois de ti. Escrever, falar, contar a sua história é exaltar, desamontoar todo amor que nem ele mesmo soube conceituar.
Machado, um homem que se mostra por fora, mas um gigante que se esconde por dentro. Um mulato menino, de inigualável destino, de diferentes estilos, de compaixão apática, é vasto, é imenso, um Eterno aposento. Pessimista, ceticista, um grande negativista da natureza humanista; de humor a intriga, tinha a natureza como mãe, outrora como inimiga.
Contista de história restrita sai da vida para a notícia, irônico, criticado, analista, presente em pensamentos, interrompidos em narrativas.


Jilvan Batista
Madrugada, 26/01/09/ 2 horas e 30 minutos.